O que a internet sabe sobre você.
- Danrley Cardoso dos Santos
- 17 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de mar.

Danrley Cardoso dos Santos
Técnico em Telecomunicações, Especialista em Inteligência de Dados e Segurança da Informação, Certificado P01S em LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Você já parou para pensar no quanto a internet sabe sobre você?
O que você compartilha online revela muito mais do que imagina. Uma simples foto no restaurante favorito, um check-in na academia ou uma selfie no espelho entregam pistas valiosas sobre sua rotina, seus hábitos e até mesmo seu endereço.
A necessidade de se expressar e ser reconhecido faz parte da nossa natureza. Mas, se antes nossas histórias eram contadas em diários trancados a chave ou em conversas reservadas, hoje tudo está à distância de um clique. E cada clique pode ter consequências.
Segundo a Kaspersky, 37% dos brasileiros já sofreram golpes ou violações de privacidade por conta de informações expostas na internet. E os criminosos não precisam invadir sistemas: basta juntar peças do quebra-cabeça que nós mesmos fornecemos de graça. Nome, local de trabalho, rotina, amigos próximos — tudo está lá, aberto para quem souber procurar.
Não são apenas golpistas que se aproveitam disso. Empresas lucram com dados que você sequer lembra ter compartilhado. Seu gosto musical, suas compras recentes, seus locais frequentes — tudo se transforma em publicidade personalizada, sugestões de conteúdo e, em casos mais graves, manipulação de opiniões.
Além dos riscos financeiros e de privacidade, há o impacto emocional. Redes sociais viciam, e não é por acaso: estudos do MIT Media Lab mostram que curtidas e comentários ativam os mesmos circuitos cerebrais de recompensa que comida e dinheiro. A pressão para exibir uma vida perfeita pode gerar ansiedade, comparações e afetar seriamente a autoestima.
A internet é um espelho do mundo real, mas com memória infinita. O que você posta hoje pode ser salvo, replicado e usado contra você no futuro. Assim como nossos ancestrais escolhiam com cuidado as histórias que contavam ao redor da fogueira, também devemos pensar antes de compartilhar online.
A pergunta é: até que ponto estamos dispostos a pagar o preço da atenção digital?
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